Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é a de fazer o teste de coronavírus apenas em casos graves de pessoas com forte suspeita e profissionais de saúde e segurança com sintomas respiratórios. Mas por que não realizar o exame em qualquer um que apresente tosse, febre e coriza?
No mundo ideal, toda a população com sinais suspeitos deveria ser testada. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda essa ação.
Isso porque há uma quantidade considerável de casos assintomáticos ou com sintomas leves que não serão diagnosticados.
Infelizmente, até o momento não dispomos de kits de testes de coronavírus suficientes no Brasil para uma política abrangente de examinação (outros países enfrentam situação semelhante). Fora que pacientes com diagnóstico do novo coronavírus e com sintomas leves devem ficar em casa isolados, eventualmente tomando remédios para aplacar sintomas. Ou seja, do ponto de vista individual, pouco mudaria saber com certeza qual o agente infeccioso por trás daquela tosse chata, por exemplo. Outro argumento é o de que a ida a um laboratório ou hospital para fazer o exame pode terminar em contaminação.
Enfim, considerando nossas condições, a recomendação oficial é a de procurar atendimento médico e realizar o exame se estiver com os sintomas agravados e sentir desconforto respiratório.
Mas, afinal, como é o teste de coronavírus?
Há dois tipos de exame. O mais assertivo é o RT-PCR, que utiliza a biologia molecular. Nele, uma amostra de secreção nasal e da garganta do paciente é levada ao laboratório para uma busca minuciosa pelo material genético do Sars-Cov-2.
Há ainda os chamados testes rápidos, que também são feitos a partir de secreção nasal e de garganta ou sangue. Eles ficam prontos em tempo recorde: entre 10 e 30 minutos. O Ministério da Saúde recentemente anunciou o recebimento de 8 milhões de exames do tipo — a princípio, eles serão destinados a profissionais de saúde e de segurança.
O problema: apesar de ágeis, não são tão confiáveis. Ao contrário do RT-PCR, eles medem a quantidade de dois anticorpos (o IgG e o IgM) que o organismo produz quando entra em contato com um invasor. Acontece que o IgM é produzido na fase aguda da infecção, ao passo que IgG pode aparecer só mais tarde. E para dar um resultado positivo, é preciso que haja uma quantidade mínima dessas moléculas circulando pelo corpo.
Segundo a entidade, no momento há oito marcas de testes de coronavírus rápidos validadas no Brasil, porém outras tantas estão em fase de avaliação, com prioridade.
Dessa forma, o entendimento do governo é de que é melhor preservar os kits que temos para quem realmente precisa ser testado, em especial quando o número de casos de Covid-19 no Brasil crescer.
Texto retirado do site: https://saude.abril.com.br/